Rebelde (Paulo Sérgio Valle) Há nas rodas do povo um que roda e não canta, teima como quero-quero e berra tal araponga Feio feito sabiá tem o nariz como bico adunco bico que bica e vira arma unhas em pés de falcão Há nas rodas do povo um que não gosta de cativeiro e, por não gostar, não canta em gaiola não canta prisioneiro Tal qual águia tem seu ninho donde a vista aviste tudo Onde longe se mantenha da alma a visão do nada Solitário carcará tem no ódio o amor Amor próprio amor próximo dos que se afastam do carcereiro Há nas garras da ordem um que nega e subverte; Corvo, não se lhe tem apreço porque sua cabeça não tem preço