O Ajustador de Profecias
(Litteris Editora - 1997)

"(...)Tudo isso me dava a convicção de que só uma inteligência superior poderia controlar tudo aquilo, trazia-me a certeza da presença de Deus, mas o que eu queria era mais do que isso, eu queria ver o rosto de Deus, eu O queria ao meu lado, para tocá-Lo, para abraçá-Lo, para perguntar-Lhe quem sou eu, o que faço aqui, que critérios de justiça são os Seus que escolheu Abraão, nem sempre reto em sua conduta, que favoreceu a Jacó que ludibriou seu pai, que não permitiu a Moisés chegar à terra prometida, que permitiu que as crianças fossem assassinadas por Herodes, que deixou Seu filho unigênito morrer na cruz, que fez do perseguidor Paulo, o arauto de Sua boa nova, que permitiu a Pedro negá-Lo três vezes, que aceitou o pecador Agostinho entre Seus justos. Que Deus é esse que não aparece, que não nos guia frontalmente como um pastor? Ali estava a obra, mas eu queria o artista.
Aí, eu gritei:
"Onde está Deus, Diogo?"
Diogo tinha, mais uma vez, desaparecido."

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